A Vida Longínqua
Sorríamos, corríamos e saltávamos, cheios de fome de vida. Sorríamos, pulávamos, brincávamos, cheios de sede de vida. Sopramos os desejos de alegria. A multidão em frente, ausente, ignorava a nossa loucura. A terra, húmida, recebia a nossa ternura. A erva acolhia os movimentos da nossa dança, perfeita. {N}
Os pés nús e os cabelos finos ao vento. As gargalhas espalhadas ao acaso. Era tarde a fazer-se fim de tarde e a noite eternamente adiada a deixar o sol cortado a meio do horizonte. Loucos, talvez, a ver o mundo suspenso, inabaláveis. Enquanto isso dançamos e sabemos que a vida é um limbo que só acaba no fim dos teus olhos. {F}