O Dia Em Que Eu Morri
Era um dia de sol e era um dia bonito. Eu andava feliz da vida. Um homem feio abordou-me. Cuspiu-me filho da puta. Gritou muito e foi tudo muito rápido. EU senti tudo muito devagar. O ferro entrou na carne e sei que doeu, era duro de suportar mas mais duro era saber que o tempo escorria a acompanhar o sangue. Foi num dia bonito de sol que senti a carne a receber aquela lâmina metálica e soube logo que a minha fragilidade terminava nesse dia. Desejei ter alguém comigo, para dizer alguma coisa, talvez um último amo-te, talvez. O tempo foi-se num rápido, a dor demorou-se no corpo. Sei que caí e fiquei estendido, será essa a minha última imagem, deitado anónimo na rua. O dia em que morri era um dia de sol e o sangue coagulou rapidamente sobre a calçada rústica. Nesse dia não te vi. {N}
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