Um blog partilhado por Felisbela Fonseca e Nuno Catarino.

13 agosto 2004

da cor do teu desejo

pequeninas... sem ser fio dental. pretas, sim, porque roupa interior preta
fica sempre bem... sempre. mas talvez nem as descubras por baixo do vestido que escolhi para levar logo ao jantar. ainda te lembras do meu sabor? sim, sei que sim, que ainda o guardas na boca, nas mãos. em todos os lados teus guardas o sabor de todos os lados meus. ainda gostas do meu sabor?
|F|

11 agosto 2004

Depois foi com o vento...

Achas que as coisas boas já não acontecem assim... de repente, sem contrapartidas, sem mentiras, sem nada mais senão o sentir da alma a encher como um balão encarnado que depois se deixa voar ao sabor dos ventos, sem destino certo... achas...?!!! Achas que pode acontecer ainda uma coisa boa assim?!! |F|

Eu sempre pensei que só houvesse disso em sonhos ou em filmes. Nunca imaginei que pudesse acontecer assim tão docemente, longe dos lençóis da noite e das cores do cinema, assim no toque leve de um braço frágil. Lá fora da janela um balão vai voar muito alto, passar as nuvens e conhecer o sol. Mas aqui dentro não me peças mais nada, não te quero mais nada, traz apenas a garrafa de vinho. |N|

Sabes, há dias em que acredito mais... mas também há dias cinzentos em que mesmo que voassem milhares de balões encarnados não os conseguiria ver nem sequer imaginar. Nos filmes é tudo diferente e os sonhos são só uma alucinação maravilhosa que dura menos que um instante. Mas não sei, sei tão pouco, só queria ficar mais tempo para descobrir se posso voar. E até lá... tenho que ficar a encher balões enquanto esvazio a alma!? |F|

Essas viagens de estado de espírito fazemos nós sempre. Por agora fica, sim, podes ficar, tens tempo, dou-te o tempo, descobre por ti mesma se sabes voar. Deixa-te cair no sofá, descansa do dia e das nuvens, deixa-te ficar para poder saborear o sonho de olhos abertos ao ter-te tão frágil, tão bela e tão perto. |N|

E voltaste...

Essa manhã acordou dos sonhos da noite levantada a custo sob o manto de neblina e tristeza que encobria o céu. Mas então tu apareceste, tão bruscamente como partiste. E à chegada abriste esse teu sorriso, recheado pelos lábios de tangerina, que contagiou o mundo, o mundo tornou a sorrir. |N|

O sol tímido refugia-se atrás das nuvens cinzentas e o calor ficou na cama... ainda assim perdi um sorriso sem ser capaz de o suster. Depois, depois o dia passou leve e sem pressas como todos os que tinha mantido na memória até este meu regresso. |F|