A Noite Ausente
O Vítor haveria de gostar que fôssemos ao concerto. Mas tu, de tarde, vais mostrar o teu corpo lindo ao sol. E de noite, se ele não te levar a jantar, pões um vestido fresco, tiras um molho de bróculos e cozinhas um prato delicioso com requeijão. Partilhas esse jantar e essa noite quente. Eu vou para outro lado, talvez uns copos, o mesmo lugar de sempre, uma música de fundo, umas conversas banais. Noites distantes. {N}
Sábado ao fim da tarde. Tenho o corpo a saber a mar e as sobrancelhas cheias de sal. A pele queimada só quer é sentir a água doce do choveiro a cair morna...docinha. Deixo que o tempo passe em cada grão de areia que se arrasta no fundo da banheira. E o tempo passa.. devagarinho. Depois embrulho o cabelo numa toalha e visto a túnica leve só sobre o corpo ainda quente. Talvez nem jante. Ah o concerto... dá-me uma hora e vamos. {F}