Um blog partilhado por Felisbela Fonseca e Nuno Catarino.

06 novembro 2004

O Calor em Novembro

Encanta-me, disse-lhe baixinho ao ouvido. Encanta-me como acontece nas histórias como aquela que nos contaram em Marrocos. Encanta-me e depois podemos perder-nos de amor sobre o tapete que trouxemos enrolado sobre o tejadilho do jipe juntamente com todas as outras lembranças que enchem o nosso apartamento de cores. Encanta-me e deixa-te entrar em mim e eu fico contigo em mim e trazemos o calor de Marrakech até Lisboa.
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Noite Imperfeita #1

Sorri desse modo que eu gosto tanto. E deixa que os meus braços te percorram da mesma forma que este desejo me percorre as veias. Voemos para um sofá que nos abrigue e num dia sem limite de tempo vamos ser nós mesmo sem culpas ou desculpas. Só dois corpos com vontade. As tuas cores, cor-de-rosa choque sobre o escuro da noite, chamam pelo meu nome e tu esboças esse sorriso maroto. Eu digo o teu nome pelo meio da noite e tu vens. Somos só nós. Talvez no dia seguinte partilhes a nossa noite em confidências secretas, eu não tenho ninguém para partilhar, fico com a noite só para mim. Tu, o sofá mole, o cor-de-rosa, as mãos, as carícias e os lábios. A lembrança de uma noite como desejo para o resto da vida. A partir de hoje minha vida é tua.
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Foi o dia mais bonito da minha vida

O Pedro sempre foi impaciente, nunca gostava de estar muito tempo no mesmo lugar. Acho que foi por isso que no dia do nosso casamento não quis esperar no altar e acabámos por fazer o copo de água ainda solteiros. Casámos mais tarde quando ele já estava bêbado e metade dos convidados já se tinham ido embora com os bolsos cheios de camarões e croquetes embrulhados em guardanapo de papel. Não chegámos a trocar as alianças por causa daquele problema de pele que eu tenho que não posso usar nada de metal. No final do dia voltámos para a Lourinhã.
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