Um blog partilhado por Felisbela Fonseca e Nuno Catarino.

24 julho 2004

Névoa em mim

E trocas-me as voltas e as ideias e as certezas e os sorrisos. E fazes-me tremer de contente, o teu sorriso tão lindo, a tua língua tão bela. E deliciosa. E as oportunidades de voar numa nuvem quente e fofa são tão poucas. Quero voar contigo uma outra vez. Talvez já não seja hoje. Talvez a estranheza da noite nos afaste do céu. Mas vai chegar o dia em que os meus lábios sentirão de novo o calor da tua pele. Tudo voltará a acontecer, voltarei a reviver os sentidos todos. Mas dessa vez já não estarei a sonhar. |N|

21 julho 2004

O silêncio preso no olhar

Cala-te. Por favor não digas mais nada que cada vez que abres essa boca deixas-me sem vontade de nada senão de te ouvir. Pára. Nem sequer tentes tocar-me que a tua pele na minha é um caminho sem fim e eu fico só com vontade de o percorrer… Cala-te. Pára. E depois, depois perdoa-me por todas as vezes que não soube resistir-te. Perdoa-me se depois não quero mais nada senão voar porque não tenho certezas, nem razões e tão pouco ilusões. Não me olhes assim.
|F|

20 julho 2004

Do outro lado alguém te espera

E quando chove tu nunca te molhas, corres pelas sombras das nuvens mas nunca sentes água no corpo, és imune ao líquido todo. E quando chove tu foges da chuva como quem corre para não ser ovo podre, com a mesma genica e com ainda mais vontade. E quando chove tu ficas quieto, deixas-te ficar em casa, dentro do teu vaso, e lá de fora alguém te rega. E quando chove tu sabes que és diferente porque os outros sentem medo e tu ficas na mesma. E quando chove tu ligas a música, beijas-me o pescoço, diriges os olhos para lá da janela e dizes-me:
- Olha tão bonito lá fora!...
|N|