À Sombra do Mundo Somos Perfeitos
A tarde azul cobria de calor o corpo torrado. De vez em quando a areia salpicava-te a toalha, e o corpo, quase todo visível, com aquela excepção que as cores bonitas deixavam por desvendar, o corpo ficava salpicado de grãos amarelos, a areia caía para a toalha, misturava-se em ti. Não era importante, um mergulho nas ondas transparentes acabaria por limpar a areia da corpo e da alma. Depois, já seca, subirias os degraus até à esplanada e ficávamos a ver o pano da noite cair sobre o dia e sobre o mar. Quando fosse tarde e os copos dos martinis ficassem vazios eu acabaria por dizer
- Temos mesmo de ir?
ao que tu, depois de um sorriso grande como o das crianças, abanavas a cabeça afirmativamente, tem de ser, a noite chama-nos. E só quando me fosse embora é que te provaria um bocadinho de pele, dava-te um beijo na face e tu dizias até depois. No caminho de regresso esperava que a polícia não me mandasse parar, não queria ser multado, a percentagem de substâncias inebriantes no sangue deveria ser certamente superior ao limite legal, estava bêbado de ti. {N}
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