Lover, You Shouldn't Come Over
Saborear uma língua é tão bom. Reencontro-te após tanto tempo, abres-me a porta e as línguas saúdam-se longamente. Abraçados, continuamos até à sala, deixo as malas desarrumadas pelo chão e caímos no sofá. As mãos querem ter-te toda, querem voltar a sentir-te de volta, tentam tocar-te no corpo todo de uma vez. Quando a língua viaja do pescoço à orelha não escapas a um tremer inevitável. Os beijos perseguem-te pescoço abaixo, paro no teu peito. A roupa foge-nos. Quase nus, agarrados e húmidos, ficamos assim pelo resto da eternidade. {N}
O resto do tempo que fica para trás não conta mais. Sinto as pernas quentes e depois frias e depois as tuas entrelaçadas nas minhas. Ofereço-te a alma revestida do corpo que devoras. Deixas que as minhas mãos viagem por ti, por esse imenso continente que é o teu corpo e é nele que me perco. O teu sabor na minha boca. O vestido preto de linho deixado no sofá e nós já no chão enchemos-nos de sal. Esperei por ti tanto tempo. {F}
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