Um blog partilhado por Felisbela Fonseca e Nuno Catarino.

09 junho 2004

A Nuvem Cinzenta

Ele, de cada vez que a olhava, sugava-lhe a pele, entrava nela e na volta trazia bocados. Somos sempre assim, vamo-nos amando até que acabamos por nos roubar uns aos outros. Nunca somos propriedade própria, mesmo que consigamos um empéstimo miraculoso para comprar barato o corpo que sempre quisemos, a alma fica hipotecada pelo tempo todo em que a disponibilidade de alguém nos ameaçar. E a sombra da insegurança ameaça-nos a vida, nunca certos do amor amanhã. Ao fim, apenas os corpos ficam, enxutos.
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