Hipótese de reencontro / Separação oblíqua
Abriu o jornal, tirou os classificados, pesquisou anúncios. Fixou-se num anúncio: "Arrenda-se Estúdio, Rua S.Bento, 350€". A alma ficou suspensa na resposta que viria do outro lado do telefone. Ligou, falou, ouviu. Respirou de alívio. Seria aquele o novo espaço que albergaria os seus pertences e sentimentos? Tinha acabado de sair do apartamento partilhado com aquela que havia sido, em tempos, um amor, mas era agora um estorvo à sua vida. Fugia. Ia mudar-se de vez, deixava para trás discussões e confusões. Ia ser feliz, ou pelo menos imaginava que sim. {N}
Já nada fazia sentido. Perguntou a si mesmo porquê... rodeou-se de perguntas sem resposta. Só queria ser feliz e para isso precisava em primeiro lugar de um tecto, um tecto que o protegesse das coisas previsíveis, das chuvas, dos calores tórridos, do frio de Dezembro. As coisas imprevisíveis não têm tecto. {F}
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