Um blog partilhado por Felisbela Fonseca e Nuno Catarino.

11 novembro 2004

Invocação de um Anoitecer

Leio, releio, no meio emociono-me e volto a reler. É assim que te trago de volta a mim e tu vens, maravilhoso como sempre ao som de um piano. Os anos passam e tu permaneces inabalável no pedestal em que te coloquei há mais de 10 anos, com a mesma ternura, com a mesma vontade transpirada em cada sorriso, desde o dia em que cruzámos o olhar porque te apanhei a seguir descaradamente o meu cruzar de pernas. Depois convidaste-me para um copo e eu não pude dizer que não, que não há traiçao maior que a negação das vontades. Nem sabia bem quem eras, o que querias de mim, quem te tinha nos imensos dias em que não estavas comigo, se alguém esperava por ti. Depois confessaste que durante os fins de semana fora guardavas ternamente o sabor do nosso último martini. Depois confessei-me.
|f|