Assim
Podiamos ficar a ver o sol cair sobre o rio e adivinhar amanheceres do outro lado do mundo ou ver a lua cheia enquanto a enchemos de homenzinhos verdes de olhos enormes e sorrisos largos para logo a seguir nos perdermos de risos. Podiamos apanhar o barco até à outra margem, muito cedo, ainda com a neblina a disfarçar horizontes e a deixar os cabelos húmidos, regressar só à noite e redescobrir a cidade iluminada a cada embalo do cacilheiro e depois procurar um chá quente entre as colinas. Podiamos ficar assim. Podiamos...
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Podiamos ficar assim. A ver o rio, embalados nas ondas do fim de dia. A imaginar mundos e a fingir brincadeiras, enquanto nos deixávamos levar pela corrente. Podiamos tentar uma discussão sobre a forma das nuvens ou podiamos simplesmente conquistar o mundo num sorriso. Podiamos olhar o céu e ver, alternadamente, a noite e a lua, as nuvens e o sol envergonhado. Podiamos seguir navegando pelo rio acima até que alguém nos dissesse que era impossível continuar. Podiamos tentar tudo numa noite, numa madrugada ou num preguiçoso anoitecer. Podiamos voltar para casa ou podiamos continuar para sempre até ao fim que fosse possível. Podiamos... Tudo.
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