Um blog partilhado por Felisbela Fonseca e Nuno Catarino.

29 julho 2004

A Memória Que Fica Quando Te Vais Embora

Tudo o que me deixaste foi esse desenho de uma boneca na praia, um rabisco doce de um corpo feminino, uma memória fina de ti, do teu corpo, a boneca és tu. À hora da partida deixaste apenas uma folha curta com palavras secas e pouca intenção, a mesma mensagem para todos. Eu percebo, largo a bolha do sonho e remeto-me à banalidade dos dias reais. Dias que ficaram mais tristes, sem ti. Mas eu quero-te comigo, e tu sorris, pelo menos sorrio eu quando te vejo no desenho, um sorriso grande como tu és por dentro, enorme. E no fim tudo o que me resta é a memória do sabor doce dos teus lábios de tangerina. |N|


No fim restam-me estes dias longos, de lazeira, sem relógios a comandar vontades e sem pressas para nada. Deixei uma carta em cima da mesa antes de pegar na mala e virar costas a tudo o que me faz mal e ainda assim com a certeza de que há coisas que me fazem falta. Voltarei daqui a poucos dias com um sorriso. |F|